Eu era muito pequenino. Mas consegui guardar algumas lembranças da fisionomia daquele velho. Tranqüilo homem, porém consumido pelo tempo.
Não deixou escapar seu olhar sempre profundo e triste. Nunca o vi sem aquelas barbas brancas. Falava mais com o olhar e com os suaves gestos, do que com a boca.
Foi o meu avô materno... Que era tão terno, tão profundo em ser.
Quem sabe, foi ele quem enraizou em mim, um desejo antigo de ser velho e sábio, também de barba comprida e branca? Às vezes, me pergunto.
Oh! Sócrates! Não é de vós que estou falando. Como vós, sei que não posso ser.
É de outro velho, desconhecido das histórias. Este foi do meu sangue. Lá das roças, de minha infância. Ser igual a ele em simplicidade e bondade, também... não sei. Só por arrogância eu diria: serei.
Juiz de Fora, 06 de junho de 2011
Evaldo de Paula Moreira
Contos de amor
2 comentários:
Espero que tenha conseguido, apesar de bem saber não ser uma tarefa fácil.
Abraços.
Evaldo, infelizmente, essa é uma recordação que não tenho. Não conheci nenhum dos meus avós, todos faleceram cedo. Gostaria muito de tê-los conhecido.
Abraços e boa semana ;)
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