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SEGUIDORES DE CAMINHADA

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ENCANTO

Encanto

Encantei-me, primeiro, com os pequenos córregos.
Depois com os riachos.
Depois com os rios caudalosos.
E assim, a vida, sem que eu soubesse, embalou-me em seus encantos, com todos os sentidos que me foram dados.
De alegria em alegria, de dor em dor, aos poucos, fez-me erguer a cabeça, os braços e os olhos para o alto.
E agora? Pergunto.
Então, vem a resposta:
- Calma. Não te surpreendas.
- Já aprendestes o que é bom, o que é ruim...
- Siga em frente, não tão vacilante, mas confiante.
- Sempre sou eu, a Vida.


Juiz de Fora, 27 de setembro de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Poesia de Amor

sábado, 25 de setembro de 2010

POESIA - LIBERTAÇÃO


Libertação.

Na solidão da alma; na quietude do sofrer desencanto, somos tal qual semente que emerge do “sulco da terra”, a abrir-se em dor, libertária da flor.

Se o mundo é desencanto,
não haverá ninguém melhor do que ela, flor,
a recompor perdido encanto.

Somos a flor, a semente, primeiro,
que rompe o solo, chão duro ou macio,
da vida entrelaçada, com a dor e o amor.

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Juiz de Fora, 25 de setembro de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Poesia de Amor

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

LEMBRANÇA, INFINITA ÂNSIA

Lembrança, infinita ânsia.
Quero conversar com alguém. Estabelecer, contudo, elementos de interseção.
Quero degustar melado. Ele me liga ao passado, à roça de minha infância. Faz-me lembrar do engenho de cana. Era gostoso estar com as pessoas, em torno do engenho, movimentado por junta de bois.
Quero comer goiaba. Ela me liga ao passado, à roça de minha infância. Era gostoso subir na árvore, partilhando com outras crianças momentos descontraídos, sem compromisso algum, apenas sendo parte daqueles momentos desinibidos e interagidos.
Quero ver um peixinho de aquário. Ele me liga ao passado, à roça de minha infância. Andava nas beiras dos córregos, com outras crianças, sem compromisso algum, apenas sendo parte daquele momento, sentindo a pureza da água e vendo o nadar dos peixinhos. Eram momentos de emoções pueris.
Quero ver uma bengala. Ela me liga ao passado, à roça de minha infância. Era comum retirar lenha da mata e também madeiras para fazer porretes. Propiciava alegria aos meninos participantes.
Quero brincar de pique. Ele me liga ao passado, à roça de minha infância. Era um bom momento de interagir com as outras crianças. Era de suar o corpo, despertava a alma, movimentava as células, fazendo sentir cada parte do corpo.
Lembrança do passado, da roça de minha infância. Saudade daquela inocência, daquela pureza, elos da alegria espontânea. Pulo de existência que jamais será esquecida.
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Juiz de Fora, 22 de setembro de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Poemas de Amor

DESENHO LIVRO, SEMPRE AMIGO

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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

DESENHO COLORIDO

O QUE FAZER?

Vida!
Qualquer vida que eu siga, é a vida que dou conta de seguir.
Se a trilha que eu vir, eu seguir, só a seguirei porque a vi.
Este mundo que me cabe, cabe todo mundo.
Se aos outros mostro um novo mundo, não é outro esse mundo, senão meu particular mundo.
Ah! Vida.
Chega de me dizer o que fazer.
Deixa-me viver, o meu próprio querer.
Já sei o que é sofrer, já sei o que é saudade, já sei o que é a mentira, já sei o que é sorrir.
Não me enganes com o dizer que há mais o que saber, porque sei que há.
Vida, vida!
 Tu és rosca sem fim! Tal qual grande loja de roupas, com tantas para escolher.
 Meu guarda-roupa, entretanto, é pequeno, porque leva tempo ter que lavá-las e trazê-las de volta para usá-las, ou comprá-las e nem usá-las.
Contenta-te, vida, com minha aparência e obrigado por tudo que me ofertas. Não desprezo tua oferta, porque agora já sei que não posso usar tantas, delas, de uma só vez. Quando puder, espero saber usá-las.
Ofereça-as, vida, a quem as sabe usar e acredite precisar.
Deixa-me abastar com minha pequena mochila do saber, contanto que sinta seguro e crente no que fazer.

Juiz de Fora, 15 de agosto de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Poesia de Amor

terça-feira, 14 de setembro de 2010

TERRA À VISTA!

Terra à vista!
Foi o grito do português chegando à orla do Atlântico, do futuro país chamado Brasil.
É o que dizia no livro de Conhecimentos Gerais.
Que coisa boa!
Lembrar daqueles momentos de escola.
Das novidades que eram apreendidas, mesmo que depois fossem reformadas, por novas interpretações.
Mas... Tempos bons de criança, onde a gente perguntava e respondia ao mesmo tempo: sabe quem descobriu o Brasil?
Ora, pois, pois!
Era uma terra portuguesa com certeza.
A viagem continua, com navegantes não só de mares. O homem já fincou estaca na Lua. Já fez o cerco da Terra por satélites, já enviou sonda espacial até Marte.
É um grande encanto. Grande sabor de viver, esse conhecer.
Volto agora ao início da minha própria viagem, reproduzindo para o blog, aproximadamente, um desenho que gostava muito de desenhar: as caravelas.
Gostava de olhar aquelas figuras interessantes, de gente diferente, com roupas diferentes. Homens com espadas compridas na cintura, capacetes e chapéus com penachos.
A História dos navegadores, o mapa do mundo. A demonstração de que a Terra é redonda, observando-se o sumir das caravelas, das naus, no horizonte do mar gigante.
Fervilhava minha cabeça, para descobrir no meu mundo o que era o mundo.
Adorava os quadros dos museus, pequenos ou grandes. Os fósseis de animais pré-históricos.
Já tive o prazer de tocar um fóssil de peixe petrificado, quando ainda estudante de ginásio, levado por um professor universitário, amigo, em sua aula de Geografia, num museu do Rio de Janeiro.
No primário, sobretudo, foi delicioso desenhar as caravelas, igual a outras crianças, as quais caprichavam nos contornos da máscara do Zorro, nas figuras do Pateta e tantos personagens das revistas em quadrinho.
É isso! A Arte.
Tive a oportunidade de ler sobre a Arte manifestada nas crianças, onde a recomendação é fornecer a elas lápis de cor, compridos, para não tirar a liberdade do rabiscar. Reservar parede na casa onde possam rabiscar sem restrições. Graças a isso, a esse entendimento, pude incentivar meus filhos a treinarem livres, a arte do rabisco, com parede, lápis e papéis à vontade.
Sempre adorei os lápis, e naquela infância do primário, não me esqueço dos três altos e magros chineses, que não dominavam bem a língua portuguesa. Eram mais velhos, porque eram imigrantes, e também mais esclarecidos. Eram quase adultos.
Freqüentaram nossa escola, por algum tempo e levavam consigo, belos lápis, compridos, sextavados, diferentes, encantadores.
E então? Cadê o lápis?
Ora! Não sei.
Como, não sei?
Depois dessa história, vou dizer que não sei?
Só porque agora estou usando o teclado do computador?
Ah! Sim! O lápis está aqui, na gaveta, pertinho de mim.
Viva o lápis!



Juiz de Fora, 14 de setembro de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Contos de Amor

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SACODE A POEIRA

Equilibrar no vento.

 

Se não é mais na poeira, onde ginga o corpo fazendo cena de “capoeira”, sacode assim mesmo o pó que sempre nos acerca, soprado pelo vento da vida, porque o pó é o teste que testa a fibra.

Fibra que faz afastar-se do chão, pra não ser soterrado. Faz continuar sendo vida, vivida. Não vida morta, que o solo sempre convida pra quietude do descanso. O desânimo também, a isso, convida. Ele é o vento que dá corda ao desalento. Enquanto tenhamos fibra e vontade, estas os ventos não derrubam.

O vento também é o ar, que refresca e nos alimenta a esperança.

 

Evaldo de Paula Moreira 

Poemas de Amor