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SEGUIDORES DE CAMINHADA

domingo, 14 de outubro de 2012

Poema de amor - Pôr do Sol

Porto Alegre-RS - margem do Guaíba - Mesmo com o tempo frio, o pôr do sol foi muito apreciado nesse dia 12 de outubro de 2012





                                      Poema de amor

Nossos atos hão de ser sempre subsidiados pelo amor.

Amor em toda sua amplitude de compreensão.

A medida dessa compreensão é conquistada no viver cotidiano.

Seguindo essa trilha, regozijamo-nos por ver as flores do caminho.

No todo existente, entretanto, há equilíbrio nas forças da natureza.

Há de se compreender a existência dos pântanos em nossa paisagem.

Trilhar em paz significa ter essa compreensão.

Meta a se almejar, pelo menos.

O cair das folhas e das flores não dá motivo para desdizer das plantas, nem as mazelas para desdizer da vida.

Tudo pode ser visto sob o prisma do amor.

Amamos o sol apesar de saber que ele pode nos tostar.

Ele não se perturba com sua força distributiva.

Segue sua rota navegando entre forças maiores ainda.

É tão belo o raiar do dia e não menos o entardecer.

O primeiro nos desperta para a lida diária, nos agita, nos sacode, para sorrir e agir.

O outro nos acalma, quando a luz se afasta.

É como se o sol dissesse: minha cota de energia de hoje já foi fornecida, mas  amanhã haverá luz outra vez.

 


Evaldo de Paula Moreira
Poema de amor

                                                                                                          

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Homenagem ao blog Pintando Haikai





Homenagem ao blog Pintando Haikai, de autoria da amiga Elisa T.Campos



                       Conversando com a arara.

O que poderia falar para a adorável ave que me olhava com olhar sereno e indagador?
Ela não era apenas um objeto colorido pousado ali naquela árvore frondosa para agradar meus olhos com sua beleza.
Parecia que ela queria se comunicar.
Como falar com essas aves, pensei?
Com certeza ela queria me dizer alguma coisa, bastava ver o olhar dela que me fitava querendo interagir de alguma forma.
Para iniciar entrosamento arrisquei uma pergunta: quer uma goiaba?
Eu já havia observado outras araras naquela pousada do cerrado de Goiás e vi como elas são amistosas com as pessoas. Iam e vinham com liberdade por aquelas árvores, embelezando  região que já é linda, com suas nascentes de rios, montes suaves e vegetação vicejante.
Estendi, então, minha mão e ofereci a goiaba. 
Graciosa e suavemente ela estendeu seu bico em direção à goiaba oferecida, em gesto de aceitação, não por motivo de que precisasse de minha oferta, mas apenas para não me desapontar, suponho, pois naquele lugar há muitas árvores frutíferas, inclusive goiabeiras.
Parecia que ela queria contar alguma coisa de sua região, pois afinal de contas eu era um turista.
Se soubesse que eram tão amistosas e inteligentes, teria insistido um pouco mais, buscando conversar sobre tanta coisa .
Creio que no seu compenetrado silêncio, e às vezes falando baixinho sem que eu a entendesse, ela soubesse que a interação não se dá apenas com palavras. Deve ter compreendido a minha dificuldade em dialogar com ela. Afinal, eu era apenas um turista com outra roupagem.
Naquele dia, não há muito tempo, ainda não conhecia as histórias da Elisa T. Campos, do blog http://pintandohaikai.blogspot.com.br/
Encontramos, nos seus diversos assuntos, historinhas sobre suas  amiguinhas araras que papeiam e viajam pelo Brasil afora e até nos países vizinhos.
Elisa, inclusive, pinta muito bem, tanto quanto escreve. Entre seus escritos estão seus interessantes haikais, que com poucas palavras expressam a grandeza de seu sentimento e o modo profundo de ver o mundo. Suas fotos enriquecem suas postagens, exaltando a natureza como um todo, notadamente as flores. 
Agora já sei que quando encontrar novamente com essas adoráveis criaturas, as coloridas araras, lembrar-me-ei que suas longas asas foram feitas para realizar  revoadas distantes e que elas têm muitas histórias para contar, sobre diversos assuntos e lugares.




Homenagem ao blog Pintando Haikai
Evaldo de Paula Moreira

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Série Pensamentos - Desenho, natureza, reflexões, vida.

                            desenho natureza                     by Evaldo  




Reflexões, vida.

Antes de existir a natureza que conhecemos, nosso planeta era uma esfera incandescente a girar pelo espaço, em torno da estrela mãe, o Sol, em busca de seus destinos.
Indescritível capricho houve na criação de todas as coisas, como é sabido.
O que teria existido antes?
E antes do antes?
O hoje, com certeza é fruto desse paciente conjunto de criações.
Engenharia sideral, talvez, criando bólidos que giram ao infinito.
O que podem ver nossos olhos?
A folha que se solta da árvore, o grão de areia burilado pelas águas do rio?
Tudo é maravilha... Tudo é espetacular engenho.
Mas, só em sonho acordado, só no foro íntimo podemos avaliar e sentir paz, pois a vida é composta de luz e treva que a tudo agita.
A alegria e a tristeza não estão apenas no que os olhos veem, mas principalmente na capacidade de pensar e processar intimamente o que nossos sentidos podem apurar. Tudo acontece sob guisa da sombra e da luz que somam o que somos.
Nessa alternância vamos selecionando a claridade numa luta constante em busca da felicidade, conscientes ou inconscientemente.
A natureza é pródiga em fornecer as belezas das quais somos parte e a cada dia que passa firma-se cada vez mais a compreensão de que está em nossas mãos a co-responsabilidade em fazer fluir a vida planetária.


Juiz de fora, 15 de agosto de 2012.
Evaldo de Paula Moreira
Natureza – reflexões - vida

domingo, 1 de julho de 2012

Retorno provisório ao blog



                                                               Jarra (MAJESTOSA)
Arte elaborada por Ma Ferreira, do blog Arte em Cerâmica





Fiz este desenho à temperatura ambiente de12º C (parodiando a artista em cerâmica Ma Ferreira, do blog Arte em Cerâmica).
É uma copia da foto acima, que tirei da Jarra (MAJESTOSA) adquirida da artista, que é uma grande amiga,  nos incentivando constantemente nos blogs.

Sempre admirei as peças em cerâmicas, porque elas sempre me foram familiares.
As águas eram servidas em Moringas desde minha infância, parecidas com Jarras, lá no campo onde nasci. Elas eram águas apanhadas nas minas e conservavam-se bem fresquinhas. Deixaram saudades...

Depois que mudei para a cidade, ainda menino, aprendi uma música mais ou menos assim:

- Hoje é domingo,
  Pede cachimbo,
  Cachimbo é de barro,
  Bate no Jarro,
  Jarro é de ouro,
  Bate no touro...
  ...
Assisti também a alguns filmes que apresentavam jarros mágicos, ou então lâmpadas mágicas, iguais ao “A lâmpada de Aladim”, onde vivia dentro dela um gênio há mais de mil anos.
A vida sempre me foi recheada por ilusões das mais lindas, portanto ainda continuo acreditando no gênio que existe dentro da Jarra.

Adquiri essa Jarra, feita em aquecimento de centenas de graus centigrados, como diz  Ma Ferreira. Creio que há um gênio lá dentro também, aguardando uma oportunidade para ir embora, para outro mundo, além do arco íris, onde deve ser sua morada. Por enquanto acredito que ele está satisfeito em ficar por aqui mesmo.



Juiz de fora, 30 de junho de 2012
Evaldo de Paula Moreira
Saudade do blog
Homenagem ao blog Arte em Cerâmica



segunda-feira, 23 de abril de 2012

PAUSANDO O BLOG


Pausando o blog.

É uma vivência e tanto.
Experiência que fica catalogada no rol de tantas outras, tais quais as outras que passaram e ficaram incorporadas em nosso viver.
Com a mesma força do amor que semeamos e também muito recebemos.
Com todas as dificuldades e apertos do coração com que vivemos qualquer outro momento do dia a dia.
É hora de uma pausa mais prolongada para redimensionar esse caminho que é o blog.
Sem festa de despedida porque despedida dói. Nem sei como fazê-la. E, como não sei, agradeço a todos que participaram dessa convivência.
É certo que ficarão saudades.
Mas fica aberta a possibilidade de volta, se possível com mais qualidade e eficiência, contudo, o que mais importa é manter sempre junto o coração.

Juiz de Fora, 23 de abril de 2012.
Evaldo de Paula Moreira
Pausa no blog.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sabe o que acontece?...

                                Foto do Monte Aghá - litoral sul do Espírito Santo.


Sabe...
A gente anda por muitos lugares e muitas das vezes sem saber o que já se passou por lá.
E é comum não sabermos o significado dos seus nomes.
São tantas as coisas que não nos damos conta de perguntar.
Já pensou em saber o nome de cada estrela?
Existem muitas que estão logo ali (a poucos milhões de anos luz daqui).
Se pudéssemos ir lá para saber, mesmo sendo assim tão pertinho, creio que todas terão sua história para contar.
Quantas lutas! Podem dizer algumas.
Outras podem dizer: eu já fui fogo, viu?
É preferível ficar longe de outras, pelo menos por enquanto, porque elas ainda são fogo.
Até maior do que o nosso sol, que não é brincadeira de tão quente.
Não sei se alguma reclama, porque são geladas. Que frio!
Quanto há na vida para se pensar!
A cada metro de distância, no chão que pisamos, pode ter havido uma árvore que não sabemos o nome dela. Se ela chorou ou se ela sorriu. Se alguém se sentou debaixo dela.
Por esses dias, passeando com minha esposa pelo litoral do estado do Espírito Santo, fotografei essa montanha, conhecida por Monte Aghá.
Logo pensei na semelhança que poderia ter com a letra “H” (agá).
Não vi nenhuma semelhança, então fiquei sem entender por alguns dias, porque deixei para pesquisar depois.
O meio mais fácil foi consultar a Wikipédia -http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Agh%C3%A1.
Dessa forma, os morros, as ilhas têm suas histórias muito importantes para contar, mesmo que sejam de tempos longínquos. A gente passa por muitos lugares e às vezes nem se dá conta do que já se passou por ali. Só mesmo um bom estudioso de História para saber, mesmo assim alguma coisa deve escapar.
Passeando pela história desse Monte chamado Aghá entendi por que tem esse nome e fiquei sabendo um pouco mais sobre os indígenas daquela região, os Puris, que habitaram também outras terras.
Na língua deles o nome (Aghá) significa “lugar de se ver Deus”.

Juiz de Fora, 16 de abril de 2012.
Evaldo de Paula Moreira
Contos de viagem.



segunda-feira, 9 de abril de 2012

Meme Conheça o Blogueiro


Vista parcial da cidade de Juiz de Fora/MG, onde moro.
Foto tirada no Morro do Imperador, a 923m do nível do mar.
Ponto turístico da cidade.



Sou muito tímido para responder questionário sobre minha pessoa, mas digo que a indicação deste meme foi gratificante. Deixo aqui o meu abraço ao professor e amigo Bento Sales do blog http://bentovsales.blogspot.com.br - Literatura (folhas soltas), que nos brinda em suas páginas com a diversidade de seus conhecimentos literários e nos corresponde animadamente com seus comentários em nossas postagens.

Espero ter atendido pelo menos satisfatoriamente aos quesitos do meme que se seguem:

1 – Quando surgiu a idéia de criar seu blog?
Foi por sugestão de um de meus filhos, em 2010. Sempre gostei de escrever pequenos contos, poemas, reflexões e de desenhar. A sugestão foi ótima, pois me permite interagir com as pessoas que também partilham seus pensamentos e trabalhos em seus blogs. Tenho aprendido muito e isto é bem gratificante.

2 – Origem do nome do blog.
O nome Vivendo, revivendo, refletindo, desenhando surgiu depois que eu havia iniciado o blog. Mudei, porque esse espelha melhor a minha proposta de fazer as postagens, através de contos e reflexões sobre a vida e uma oportunidade de me expressar através dos desenhos também.

3 – Você teve/tem outros blogs além desse?
Não. Estou satisfeito com esse. É simples, mas atende minha proposta. É pena que nem sempre consigo acompanhar os seguidores como desejo, pois não gosto de fazer tudo “ao toque de caixa”. Mesmo que escreva pouco nos comentários eles são frutos de observações às vezes demoradas, para comentar com mais acerto. Assim sendo fico em falta involuntária com muitos seguidores, pois não consigo acompanhar como gostaria. Peço desculpas por essa falha.

4 - Já pensou alguma vez em desistir de seu blog?
Não é este meu pensamento, porém fico preocupado em trazer postagens que alegrem as pessoas e dar reciprocidade adequada aos outros blogueiros nos comentários que fazem em meu modesto blog, mas nem sempre as circunstâncias me permitem.

5 - Mande uma mensagem para os seus seguidores.
Essa experiência me traz muito acréscimo como pessoa, pois não faltam os que me alegram com bom ânimo. Que compartilham suas alegrias e nos fortalecem quando ouvem nosso coração. Que nos mostram seus trabalhos ricos em expressões diversas e pensamentos diversos. E compreendem nossas falhas. Isso é o bastante para agradecer essa convivência. Peço desculpas por não poder atender a todos adequadamente, como é do merecimento de todos e como eu gostaria, e muito, repito.


Sobre o blogueiro: Evaldo

1 – Uma música: Eu sou apenas um rapaz latino-americano”, - Belchior. Gosto da melodia e a letra tem a ver com o espírito de rebeldia, rompendo com padrões que muitas das vezes nos sufocam. A música é antiga, mas creio que cai bem a qualquer tempo, porque sempre é preciso mudar alguma coisa.

2 – Um livro:A Arte de Amar”, de Erich Fromm. – Aborda o tema do amor em seus vários aspectos. Foi um livro que li muitas vezes, no afã de compreender melhor essa necessidade humana, que vem com força dentro de nós, mas que às vezes nos embaralhamos para compreendê-lo, na diversidade de sua dimensão.

3 - Um filme: “Energia Pura” (Powder) – ficção. Retrata a vida de uma pessoa que está além do nosso tempo em compreensão das coisas, e por ser diferente, com a mente muito mais desenvolvida é rejeitado pela sua comunidade. Faz-me pensar o quanto ainda temos que evoluir.

4 – Um hobby: fotografia.

5 – Um medo: de cair no mar, pois não sei nadar.

6 – Uma mania: dormir com algum som ligado.

7 – Um sonho: que o mundo possa plantar e colher mais flores.

8 – Não consigo viver sem: ver um bom filme.

9 – Tem coleção de alguma coisa? Não. Se bem que tentei manter algumas, tais quais figurinhas, selos, cartões postais de cidades.

10 – Gostaria de fazer alguma pergunta para os próximos participantes?

Nada em particular, mas sei que as indagações podem ser muitas e cada um dos amigos seguidores que desejar participar fique à vontade para se expressar.
De qualquer forma, participando, ou não, deixo aqui meu agradecimento pela leitura deste meme e também fico agradecido pelos comentários que aqui fizerem.


Juiz de Fora, 09 de abril de 2012.
Evaldo de Paula Moreira
Respondendo meme

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O Sempre: o ontem, o hoje, o amanhã. Reflexões






O sempre: o ontem, o hoje, o amanhã. 

Está feita a História, que se passa calada, soterrada no tempo, porque o ontem já passou.
O agora está a acontecer para ser o ontem do amanhã.
Em qualquer momento podemos escavar na memória, mas o que passou, passou. A imaginação voa em asas que se abrem e se fecham para construir o porvir. Levam desejos, vontades. Algumas se materializam, outras ficam apenas armazenadas na memória. O coração e os olhos servem para nos alegrar ou entristecer. Então se faz importante viver intensamente cada instante, da melhor maneira possível, pois o amanhã será um componente da esperança que se renova a cada dia. O passado deixa saudades ou tão somente lembranças diversas, alicerces para tecer a expectativa do que virá.

Juiz de Fora, 04 de abril de 2012.
Evaldo de Paula Moreira
Reflexões

domingo, 1 de abril de 2012

Desenho livre - expressões





Meus desenhos são assim meio malucos mesmo.
De repente surge uma vontade de fazer uns rabiscos digitais, sem compromisso com a arte, porque artista talentoso já nasce feito, eu creio.
E então, do nada (que dizem não existir), saem umas figuras assim, aleatórias.
Às vezes penso em desenhar um passarinho e os traços vão mudando e acaba saindo um navio. Até que gosto, pois não quero ser muito certinho e acabar sendo prisioneiro de mim mesmo, tal qual a aranha que constrói uma teia perfeita para viver na constância da solidão, embora acredite ser importante algum momento de recolhimento para reflexões e refazimento. Vejo que há espaços para expor esses rabiscos, desenquadrados das formas acadêmicas. Sem críticas a elas, pois aprecio e admiro as artes dos artistas que se esmeram em aperfeiçoar a beleza de seus traços, no papel ou nas telas, ou ainda, em qualquer objeto, pois a arte se expressa sob várias formas.

Juiz de Fora, 01 de abril de 2012
Evaldo de Paula Moreira
Desenho livre- expressões   

terça-feira, 6 de março de 2012

Desenho livre, abstrato - Série Pensamentos - O Dique




                               O Dique
Não sei como dizer o muito que tenho a dizer.
Não sou diferente de todo o mundo.
O coração transborda, sim.
Mas há momentos que é preciso segurar o dique, segurar as comportas.
A alma não está vazia, creio que todos nós somos assim.
Há mais qualidade no filete que corre das comportas que controlam o volume das águas, revoltas em tempestades.
Sem desmerecer os processos naturais de rompimentos.
Tudo faz parte das experiências humanas.
A natureza é mais sábia do que pensamos.
É preciso entendê-la e quando isso não acontece simplesmente retoma seu caminho – rompe o dique.
Nada incompreensível.
Assim somos nós no aprisionamento exacerbado da alma.
Explode o dique.
Nada incompreensível.

Juiz de fora, 05 de março de 2012.
Evaldo de Paula Moreira
Série Pensamentos – Reflexões – O Dique

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Série Pensamentos - Reflexões - Buscas






Buscas

Às vezes as indagações são tão inquietantes quanto encontrar respostas e não poder segui-las ou não encontrá-las.

No entanto, no hiato da procura, a vida flui abastecendo-nos na ponte que nos liga ao amanhã.




Juiz de fora, 22 de fevereiro de 2012.
Evaldo de Paula Moreira
Série Pensamentos - Reflexões sobre as buscas.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Fotos de uma borboleta e texto "Entrevistando a mim mesmo"

                   

                        Parece uma folha seca, mas é uma borboleta              
                        que pousou no teto de minha sala.





“Entrevistando a mim mesmo”.

Visitando as salas.
(Elas estão no corredor da memória).


 ...

- Sei lá, entende?

- Parece que sei, mas de repente não sei se sei.

- Não, não é “matrix”.

Memória?

- As salas guardam as memórias, sim, mas a massa onde as salas ficam creio que é apenas um ponto material, de ligação com o imponderável, no nosso cérebro.

Coisas físicas que armazenam coisas extrafísicas?

- Sei, não, sabe?

- Dizem os estudiosos que temos bilhões de neurônios, mas tudo continua em investigação, porque sempre surgem novidades.

- Bom, mas não é isso que desejo falar agora.

- Nem responder o que não sei, nem responder o que não tenho certeza.

- Apenas figurativamente quero dizer que gosto muito de visitar uma das salas do corredor da minha memória.

- Esta sala é a sala da alegria, lá da minha infância, não a da alegria de agora, que existe também, porque o mundo é repleto de coisas belas. Mas a do agora falarei em outro momento.

- Nela está escrito: entrada proibida para a tristeza.

- Se existe sala de tristeza nesse corredor?

- Existe, sim, mas não ligo para ela. Ela não me faz mal nenhum e também não me traz nenhuma alegria. Apenas entro lá para fazer alguma pesquisa, quando necessária.

- Na sala da alegria, a alegria está garantida, por isso escrevo meus contos de infância.

- Bom... Hoje, naturalmente já se incorporaram muitas salas no meu psiquismo. 

- Existe, sim, uma sala no corredor, espelhando o que acontece agora. Fica bem na esquina da vida que fervilha. Haja fé pra suportar tanta coisa que vemos. Quando era pequeno, entretanto, aprendi a ver o suor no rosto das pessoas trabalhando sob o sol quente nas roças, ou pingando gotas de águas da chuva.

- Os animais também suavam no trabalho e se molhavam na chuva.

- Mas não me lembro de nenhuma tragédia, talvez por ser criança e lá na roça meu mundo era tão pequeno, embora parecesse infinito...

- Sim, havia rezas para súplicas, mas também para agradecimentos.

- Na sala do agora é tudo imenso e muito difuso. Há o belo, tem a natureza magnífica onde se luta uma luta desigual para não acabarem com ela. Pelo menos há uma conscientização de que é preciso preservá-la e recuperá-la. A fonte não é inesgotável e estamos todos interligados. A natureza não é nossa propriedade, somos parte dela.

- Se penso no progresso?

- Ah, sim, claro.

- A humanidade construiu e inventou tantas coisas...

- Entre elas a internet que é maravilhosa.

- É como uma imensa floresta, maior ainda, para ser conhecida.

- Mudou muita coisa, na vida, de modo geral.

- Perderam-se algumas referências...

- Destaca-se o bullying nas escolas, as drogas...

- Os trotes violentos...

- Bom, não vou generalizar, pois assim estaria vendo tudo maléfico, o que não é verdade, mas compreendo o que a maioria compreende: o mundo precisa descobrir outros caminhos.

- Mas, não é fácil ser criança. É preciso que os pais, ou outras pessoas onde elas possam se espelhar estejam sempre presentes na vida delas, amigas, como nunca se precisou tanto. Aliás, todos os adultos deveriam dar bons exemplos para qualquer criança.

- As informações e imagens chegam a tempo real em todos os lugares, muitas delas sem controle algum.

- reformulam-se os conceitos de vida, e ao mesmo tempo perdem-se valores importantes.

- Parece que a liberação é geral. Estuda-se um controle aqui, outro ali, mas, esse mar de comunicações em geral, é imenso.

- E o nosso dia-a-dia também, com a globalização das informações e das ideias, numa sociedade moderna, de produção e consumo em alta escala, onde o foco é a propriedade e a posse, deseja-se o ter cada vez mais, esquecendo-se de difundir o conhecimento do ser.

Por que você escreve tanto sobre a infância?

- Porque foi uma fase feliz da minha vida.

- Tanto no campo quanto na cidade pude contar com liberdade e espaço: no campo, espaço da natureza; na cidade, espaço das ruas, onde se podia andar com liberdade e sem medo algum.

- Respeito, amizade pelas crianças eram coisas naturais.

Tem mais algo a dizer?

- Muita coisa, mas o principal delas é dizer que é preciso mais difusão, mais debate desse assunto, dedicação, com relação às crianças, porque elas serão o futuro do mundo e esse mundo terá mais chances de ser feliz se começar feliz, lá na infância. As sociedades colherão amanhã o que semearem hoje. Colhemos hoje o que semeamos ontem. É preciso melhorar.

- A sala da alegria deveria fazer parte de todas as salas do corredor de nossas memórias, assim como a incorporação definitiva de todos os valores conquistados através dos tempos.

Juiz de Fora, 28 de janeiro de 2012.
Evaldo de Paula Moreira
Fotos  - borboleta  - Entrevista – “Entrevista” comigo mesmo.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A medalha – visita ao parque


Visita ao Parque das Águas em Caxambu

Estava aproveitando o frescor das árvores, das fontes de águas minerais, muito bem cuidadas. Eu e minha mulher.
Um pequeno monumento no parque me chamou a atenção, pois as pessoas se postavam a seu redor, algumas vezes, em silêncio, meditando, ou em admiração, talvez. Turistas, como nós.
Depois de algum tempo apreciando o parque, resolvi, descontraído, me aproximar do pequeno monumento ao passar novamente próximo a ele.
Sentei-me em um banco ao redor dele e pus-me a desacelerar os pensamentos que até então estavam ocupados, observando as belezas que existem no parque, inclusive o monumento que me “convidou a ir até ele”, pois me despertou curiosidade.
Aos poucos fui sentindo uma paz diferenciada.
Eu já estava em paz comigo mesmo, mas sentia que algo vinha de fora, naquele ambiente.
Era como se estivesse influenciado pelas energias suaves, doces, das brisas que sopravam brandas.
Naquele lugar, e naquele momento, havia algo a mais.
Sem tecer juízo, de qualquer natureza, filosófico, científico, ou religioso, senti a paz, como se estivesse em oração, em recanto silencioso.
Apenas me aproximei porque me despertou interesse em olhar, sem pensar em meditação, que pode ser feita em qualquer lugar ou em qualquer segundo de nossas vidas.  Senti-me atraído pela novidade.
Depois de passados alguns instantes em harmonia sublime é que me dei conta do que era o monumento, pela descrição contida em uma placa e qual era o significado da medalha, conforme a foto postada.
Há lugares belíssimos no parque, que fotografei e poderia postar agora, mas aquele foi um instante especial, no final do ano de 2011.





Juiz de fora, 12 de janeiro de 2012.
Evaldo de Paula Moreira
Passeio em Caxambu/MG


Fotos by Evaldo