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SEGUIDORES DE CAMINHADA

terça-feira, 5 de julho de 2011

Conhecendo o Radio Antigo - Conto


                                       
A primeira vez que vi e ouvi o radio foi na casa de uma tia.
Sua casa era mais perto da cidade, onde havia uma estação de trem.
Fui lá, passeando pelas estradas, que davam muitas voltas. O trajeto foi feito a pé, junto com outra tia.
Para cortar caminho, andamos um trecho pelas beiradas da estrada do trem.
Minha tia usava uma sombrinha, por causa do sol quente.
Chegando naquela nova casa, tinha novidades. Coisas diferentes, que nem fazia idéia do que eram. Havia um fio comprido, que ia da cabeceira da cama até o teto de um dos quartos, com uma pequena peça escura, na ponta, e um pino branco que a gente apertava e acendia, no alto, uma tênue luz.
Era novidade, porque só conhecia a luz da lamparina, do lampião, do sol, da lua e a do vaga-lume.
Mais intrigante ainda era o rádio. Uma caixa que falava, e, minha tia, dona da casa, não soube me explicar como aquilo acontecia, porque eu era muito pequeno e não havia parâmetro na minha mente para entender tal novidade.
Quando voltamos, no dia seguinte, as novidades já estavam esquecidas.
Sempre havia algo para intrigar, como por exemplo, o coaxar do sapo que nunca via, chamado sapo martelo. Os insetos e animaizinhos noturnos sempre emitiam sons intrigantes e queria saber como.
As respostas vieram mais tarde, estudando as vozes onomatopaicas, na cidade. Os meios de comunicação e muito mais.
Passado algum tempo após eu ter conhecido o radio, meu pai comprou uma vitrola, tipo gramofone. Tinha um móvel parecido com uma máquina de costura. A gente girava uma manivela para dar corda e colocava um disco de rotações rápidas para tocar aquelas músicas antigas.

Brasília, 05 de julho de 2011.
Evaldo de Paula Moreira
Série Contos de Infância.