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SEGUIDORES DE CAMINHADA

domingo, 26 de junho de 2011

As estações do tempo. Reflexões.



Foi assim.
Ainda é assim.
Cada dia há um assunto novo.
Depois de nascermos, descobrimos as primaveras.
Após, aprendemos sobre o verão...
E assim vamos descobrindo as outras estações.
Recapitulamos, contamos nos dedos:
                        -primavera
                        -verão
                        -outono
                        -inverno
Pronto: já está aprendido e apreendido. Decorado.
Ora! Quando era pequeno, naquelas vivências no campo, que ficaram distantes no tempo, havia muito que aprender. Aprendi que o canzil fica na canga. Que o cabresto foi inventado para dominar o cavalo.
Já repararam? O tempo também deixa as coisas distantes. A separação que nos separa, não é apenas física, porém, igualmente temporal. E surgem novos usos, enquanto outros entram em desuso. Muita coisa, não obstante, anda em paralelo. O velho costume, com o novo.
Agora temos a internet, selva pouco habitada, igual eram as antigas florestas.
Pensemos, entretanto, um pouco mais.
Aprendi naquela época de menino, que mais antigamente nas florestas não habitava gente igual a nós. “Os descobridores” olhavam para elas, mas não as viam como se viam as pessoas iguais a eles. Depois, de tanta derrubada, e a nova civilização instalada por nosso continente afora é que se descobriu a verdade.
Hoje sabemos que nelas já existiam e ainda existem gentes, em determinadas matas que sobraram. Todos sabemos disso, entretanto, para algumas pessoas, gente tem diferença de gente. Há quem pense que há gentes que não são viventes, com o mesmo querer, com o mesmo direito. O Sol existe só para os privilegiados. O resto é resto. Não tinha importância eliminar alguns nativos e outros seres agregados nas florestas.
Esse assunto leva-me a outra lembrança. Às vezes penso no Judas. Jesus já o perdoou, mas ele ainda continua sendo malhado. É o mesmo que acreditar cegamente nas penas eternas. É desejar que a fogueira esteja eternamente acesa, e quem caiu nela, que continue nela.
Bom, eu sei que isso é muito complicado. Também não tinha boa impressão do Judas. Depois o tempo veio me trazendo novidades. Descobri que existem tendências, interesses e mentiras.
Descobri que não é preciso ficar com a mesma avaliação sobre Judas, pois, na realidade ele gostava e acreditava muito em Jesus. Esperava, sim, que Ele mostrasse seu milagre, seu poder imbatível. Portanto, na dúvida, mudei de tendência e me coloco em nova expectativa, a favor do réu: “in dubio pro reo”.
Então, nessa internet, navego por mares antes nunca navegados.
Ainda está difícil de entender o que foi dito há dois mil anos: “Pai perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”.
Mas já sabemos navegar na internet. E, lá na frente, acreditamos na existência das naves espaciais. Nas viagens interplanetárias. Em outras dimensões de espaço e de tempo.
Repararam que nos filmes de ficção científica os homens e outros seres inteligentes (que ficticiamente existem) sempre estão em guerra? Impressionante. A maldade e a bondade parecem que caminham eternamente juntas.
Mesmo com todas as descobertas vê-se que o tempo voa. Mas olhai bem, porque há outros passados mais antigos que o nosso. Bons e maus passados.
Assim podemos dizer que há pontes que ligam as eras distantes ao presente e o presente ao futuro.
Não percamos o próximo capítulo: daqui a mil anos, pelo espaço afora, será que ainda malharemos o Judas? A vida continua em paralelo, com o velho e o novo pensamento. Cada um de nós vive a sua ponte. Ou múltiplas pontes. Com julgamentos permanentes e nossas sentenças, eventualmente, reformuladas.
Primavera, verão...


Brasília, 25 de junho de 2011.
Evaldo de Paula Moreira
Reflexões