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SEGUIDORES DE CAMINHADA

sábado, 18 de junho de 2011

Escolher a Máscara... Reflexões





Ficava lá, absorto em meus desenhos, na infância, tentando reproduzir a máscara preta do cavaleiro Zorro. Antigo, o do cavalo branco, chamado Silver, do seriado da televisão.
Ah!... Havia muitas máscaras, nos filmes, nas revistas em quadrinhos. Igual há nos dias atuais.
Nas épocas de carnaval...
Mas a máscara do Zorro era a que mais gostava de desenhar.
Rabiscava, e rabiscava... Tentando fazer outros desenhos. Dos filmes e das revistas.
E como gostava!
Desenhava o Pica-Pau, o Zé Colméia e Catatau.
O Zé Carioca, a turma da Mônica.
Mas as máscaras? Existiam outras. A do Homem Aranha. Outra, da revista em quadrinhos, cujo personagem era o Fantasma...
Todas, máscaras que criavam sonhos. Eram as máscaras do mundo infantil.
Havia mais, todavia para elas eu não ligava. Nem sabia delas...  As máscaras conhecidas como sendo as da hipocrisia... Das armadilhas verdadeiras do dia a dia. As que acontecem conosco e nos tornam rijos momentaneamente, queiramos ou não.
Agora fiz alusão às máscaras dos adultos. Não àquelas que eu desenhava.  Aos poucos fui crescendo e ouvindo sobre elas. Primeiro repetia, tal qual papagaio, o que os outros diziam: esse mundo é cheio de máscaras!
Já viram o circo? Os palhaços? Mascarados em alegria?
Quem mais os queriam ver eram as crianças. Quem sabe os palhaços existiam porque era mais fácil sorrir para crianças? Mesmo com seus corações tristes, usavam as máscaras, não as da referida hipocrisia, mas da alegria.
Onde estão aqueles palhaços? Eles sumiram.
Parece-me que o mundo ficou mais triste. De tanta tristeza que existe. Às vezes dá-me tristeza em sorrir, por saber que há tanta gente triste, padecendo.
A maldade do mundo cresceu, e deixou refém a alegria.  
Lá no campo, na primeira parte da minha infância, brincava descalço, riscando o chão de barro da chuva, com os pés, em alegria. Agora que uso constantemente sapatos, estou prisioneiro deles: o progresso está garantido...
É preciso voltar a sorrir o sorriso da benevolência. Em qualquer idade. Para qualquer idade. Com chuva ou sem chuva. Com sapatos ou sem sapatos.
Sem medo, como fazem as crianças porque elas não erram em seus juízos.
Mas podem absorver nossos prejuízos, e quando ficam adultas, sofrem com as outras máscaras, que não são as daqueles palhaços. Nem as dos desenhos, feitos com a alegria de qualquer criança feliz.



Juiz de Fora, 17 de junho de 2011
Evaldo de Paula Moreira
Máscara - Reflexões