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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Lembranças... de meu avô




Eu era muito pequenino. Mas consegui guardar algumas lembranças da fisionomia daquele velho. Tranqüilo homem, porém consumido pelo tempo.
Não deixou escapar seu olhar sempre profundo e triste. Nunca o vi sem aquelas barbas brancas. Falava mais com o olhar e com os suaves gestos, do que com a boca.
Foi o meu avô materno... Que era tão terno, tão profundo em ser.
Quem sabe, foi ele quem enraizou em mim, um desejo antigo de ser velho e sábio, também de barba comprida e branca? Às vezes, me pergunto.
Oh! Sócrates! Não é de vós que estou falando. Como vós, sei que não posso ser.
É de outro velho, desconhecido das histórias. Este foi do meu sangue. Lá das roças, de minha infância. Ser igual a ele em simplicidade e bondade, também... não sei. Só por arrogância eu diria: serei.





Juiz de Fora, 06 de junho de 2011
Evaldo de Paula Moreira
Contos de amor