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segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Valsa da Vida



A vida sempre me pareceu uma cartilha.

E nela procurei seguir seus riscos, traçados, delineados.

 Mas tudo começou com as garatujas.

O tempo foi passando, passando...

De vez em quando, conferia, conferia... E descobri que ainda estava na cartilha. Seguindo à risca os traçados por ela delineados.

Um dia meu filho, chegando de viagem, presenteou-me com um livro e me disse: “pai, não leve a vida tão dura consigo mesmo... Não vale apena”.

Ponderei, ponderei... Esbravejei, esbravejei e descobri que dançava a dança dura da vida.

 Então, com muita relutância entendi que é possível dançar outras danças, sem perder o equilíbrio, mas sem cartilhas, pois sou a minha própria cartilha.

De vez em quando ensaio outra dança e custa-me evitar os tropeços no salão, pois ainda carrego a rigidez da alma. O medo de enfrentar o mundo. O medo de olhar pra mim mesmo, ainda existe.

Mas, essa dança é muito difícil, porém muito dócil, é mais sábia do que a da cartilha: é a valsa.

Ela é produto da autoconfiança, exige fibra, mas não rigidez. Compromisso, mas não intolerância.

É a valsa da vida.

Juiz de Fora, 29 de maio de 2011.
Evaldo de Paula Moreira
Reflexões