domingo, 25 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Quando
Quando olho as coisas,
Quando sinto as coisas,
Quando penso as coisas,
Quando misturo as coisas,
Quando sonho as coisas,
Quando travo uma batalha em minha mente,
Quando as coisas me alegram,
Quando as coisas me entristecem,
Quando meu peito explode de alegria,
Quando me envergonho das minhas coisas,
Quando me arrepio de alegria das minhas coisas,
Quando caem as lágrimas de tristeza,
Quando caem as lágrimas de alegria,
Quando encontro soluções para as coisas,
Quando desvio rotas para não sofrer,
Quando abro os olhos para esse mundo,
Quando fecho os olhos para esse mundo,
Quando interajo com esse mundo,
Quando nego esse mundo,
Quando amo esse mundo,
Quando odeio esse mundo,
Quando desejo as coisas desse mundo,
Quando desejo as não coisas desse mundo,
Quando saem as luzes de meu peito,
Quando saem as trevas de meu peito,
Quando! Quando! Quando!
Infinitamente quando,
Infinitamente sou eu,
Infinitamente é você,
Esperando infinitamente outro quando.
Juiz de Fora, 12 de março de 2005.
Evaldo de Paula Moreira
Versos de amor
INDESCRITÍVEL SAUDADE
A saudade partiu meu coração. Partiu também o do cão.
Lembrei da antiga estrada de ferro que hoje jaz sob o abandono. Não tem mais vida, não tem mais gente trabalhando em sua conservação, porque também não tem mais trem, não tem mais usuário. E o cão que já morreu, não teve mais alegria de viver naquela casa onde viviam as pessoas suas amigas. Elas se foram para a grande cidade de São Paulo, a grande promessa do Brasil dos anos 1950/60, cuja grandeza está mesclada de sucesso e tragédia nacional. A casa foi derrubada, e o cão morreu só.
Juiz de Fora, 11 de junho de 2008.
Contos de Amor
Evaldo de Paula Moreira
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Homem ou estátua?
Homem ou estátua?
Evaldo de Paula Moreira
Contos de Amor
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Cenário que passou
Era noite num dia qualquer, no passado de tenra idade.
Tempos em que se era feliz e não se sabia.
A luz da noite vinha da lua.
Clareava tal como manto sagrado os vales e os morros, que os pés
descalços subiam e desciam, a deliciarem-se com a carícia do pó da estrada
e o frescor dos ventos suaves.
Coaxar daqui e dali, numa conversação intensa dos anfíbios, saibam-se lá,
quais idiomas falavam.
Era tão suave, à noite, tanto quanto as vozes daqueles grupinhos de
andarilhos que vinham das rezas.
Somavam-se a esta vida em comum, o trilar dos grilos.
Doce sinfonia, dirigida pelas corujas que saltitavam e gorjeavam à
nossa frente, como se a guiar nossos passos. Dirigiam a orquestra das
vozes de todos os seres vivos de hábitos noturnos. Comunhão perfeita da
natureza que premiava a vida com uma diversidade imensa de prazeres em
todos os momentos.
Como falar da noite, sem falar da manhã?
Que delícia de chão frio, ainda úmido de orvalho caído da noite, com
certeza para não deixar os verdes campos com sede.
Como falar da noite e da manhã, sem lembrar os dias aquecidos pelo
sol que fazia suar os corpos dos vertebrados de hábitos diurnos, liberando
suas toxinas pelos poros, mantendo saudáveis suas vidas?
Já cedinho, o cantarolar dos pássaros de cores variadas.
Flores diversas a encantar o olhar, cujos perfumes...
Meu Deus! Onde e quando estamos?
Vamos aprender a viver com o calcáreo e o asfalto?
O burburinho da cidade encanta nossas vidas?
As caixas de sons são bem modernas, mas onde está o respeito a
quem sabe ouvir o som da natureza? O cheiro das fuligens substitui os
perfumes que ela exala?
Os homens ignoram a beleza dos ouvidos, porque não sabem
distiguir os sons.
Ignoram a visão, porque não sabem distiguir os cenários; o olfato,
porque não sabem distinguir o que é perfume; o paladar porque não sabem
distinguir o que é sabor; o tato, porque não conhecem a sensibilidade do corpo.
Muitos não sabem o que é meditação, não conhecem a saudade, não sabem tecer o amor.
Juiz de Fora, setembro de 2008
Evaldo de Paula Moreira
Poemas de Amor
Desejo.
Não sei se devemos contabilizar somente a realização dos desejos realizados.
Não sei se valem menos os desejos não realizados.
Também não sei se o desejo insatisfeito viverá para sempre.
Desejo, satisfeito ou insatisfeito se consome no tempo daqueles que já têm outros desejos.
Se crescer é mudar de desejo, esvaziar-se de desejo será o fim da vida que conhecemos?
Juiz de Fora, 01 de janeiro de 2009.
Evaldo de Paula Moreira
Poemas de Amor