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SEGUIDORES DE CAMINHADA

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELICIDADE...



Felicidade que já vi acontecer, sem saber que precisava questionar.

Quisera ser bom igual foram aqueles que já se foram.
Aqueles, cujos contos lá da minha infância já contei e continuo contando.
Não sei se eram bons porque oravam muito.
Ou se oravam muito porque eram bons.
Tinham bondade e simplicidade, naquele tempo distante onde a terra continua sendo terra, mas não produz mais horta, apenas pasto para o gado.
Sem TV, sem satélite, sem internet, sem biblioteca, naquela época.
Mas sabiam falar com Deus.
Hoje, se questiona Deus, com a sabedoria das informações espetaculares, que ensinam tudo.
A cabeça funciona mais do que antes. Mais do que o coração que ficou calado, esperando as promessas do saber. Coração que aguarda a fórmula definitiva pra ser, igual era antes, constantemente feliz, mesmo nos momentos de lágrimas, porque elas eram aceitas como benditas.

Juiz de Fora, 30 de dezembro de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Poema de Amor

BOLSA - desenho livre

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O GRITO E O ECO


Ante o grito e o eco, ante o olhar varredor do perto, e do distante horizonte, o pensamento busca resposta dentro e fora de mim.
Nas florestas e nas águas cheias de viventes, embora em momentos não aparentes, nenhum responde o perguntado no grito sem saber o que foi indagado.
Grito apenas gritado, apenas por estar intrigado.
Somente o eco responde, repetindo a pergunta, porque também não sabe o que desejamos saber.
Grito gritado para o infinito, afogado na própria pergunta.
Ante o grito e o eco, a única e remota resposta para o viver está no tempo da vivência, grudado na consciência: é tão somente a fé.
Juiz de Fora, 20 de dezembro de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Poema de Amor.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

NASCER E CONHECER




Nascer e conhecer.
De repente, vem o mundo, ou, venho ao mundo.
Então, aos poucos, tudo é mundo. Tudo se incorpora no mundo da gente.
O que os sentidos vão sentindo, passam a fazer parte do nosso conhecido mundo. Cada um de nós conhece o mundo de acordo com suas circunstâncias de vida e sua maneira peculiar de ser. Sua imensidão ocupa de maneira diversificada o pensar de cada cabeça. Fantástico! Surpreendente! A tal ponto de deixar muita gente perdida no pensar, mas ao mesmo tempo organizado para levar máquina à Lua e em outras paragens do cosmo.
Assim, na roça onde nasci, além das coisas da natureza, ou seja, árvores, matas, animais, pessoas, aves, rios, existiam poucas coisas mais, além das casas, ferramentas de trabalho, como martelos, pregos, serrotes, arados, debulhadores de milho, etc. O engenho de cana, veículos de locomoção, como charretes, carros de boi, bicicleta. A linha do trem e o trem.
Um dia, entretanto, algo muito estranho apareceu. Algo novo, muito surpreendente guiado pelo homem: um objeto grande, que se movimentava com rapidez, para cortar e aplainar a terra. Desbastava barrancos para alargar estrada de terra. Máquina diferente que precisava de menos gente para realizar certas tarefas, substituindo picaretas, enxadas, enxadões. Precisava apenas de um operador, um motorista especializado.
Barulhenta, soltava fumaça. Tinha muitas varetas (câmbios) para mudar as marchas. Eram impressionantes aquelas rodas gigantes chamadas pneus. E uma pá enorme que arrastava um monte de terra de uma só vez.
Foi naqueles rincões antigos que conheci a primeira máquina de terraplanagem, juntamente com outras pessoas, igualmente curiosas, que se achegavam para vê-la trabalhar. Raspava e revirava a terra, que exalava o cheiro próprio de terra capinada, ou arada, para receber plantio. Ficou por um dia, fez o serviço necessário e não voltou mais. Somente após muitos anos depois me deparei com máquinas daquele tipo novamente, desbravando estradas deste imenso Brasil, ou executando outras tarefas, quando então, comecei a ler sobre elas. Continuam até hoje em dia, admiráveis, às vezes assustadoras pelo porte cada vez maior, e pelas incríveis tarefas que são capazes de realizar, apresentando diversidade de modelos e novidades mundo afora.

Juiz de Fora, 07 de dezembro de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Conto de Amor

Desenho Livre

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

POEMA - GUERRA DE CHOCOLATES



Queria que as bombas fossem de chocolate.

E que os mosquetes mirassem os peitos, mas não de inimigos.

Quando explodissem os projéteis, não espalhassem estilhaços, mas bombons recheados de melaço.

E a fumaça fosse apenas festa de fogos de artifício.


Evaldo de Paula Moreira             
Juiz de Fira, 01 de dezembro de 2010.
Poema de Amor

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Poesia e música.


    MÚSICA: ........ANDO DEVAGAR  -  ALMIR SATER                                                               

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POESIA -Lágrima e chuva.

Corre lágrima, corre!
Aproveita que há saudade e muitos rostos para socorrer.
Corre chuva, corre!
O mundo tem muitas terras para serem percorridas.
Corre lágrima, corre!
Corre chuva, corre!
Há rosto que precisa ser acariciado; há terra que precisa ser regada.
Onde baterem forte os corações, o do peito e o da terra... Corre!
Corre lágrima, corre!
Socorre a saudade, ou acaricia o rosto da alegria!
Corre chuva, corre!
Molha a terra, onde os olhos estão secos, não por faltar dor no coração, mas por faltar água no tempo seco.


Brasília, 17 de novembro de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Poesia de Amor

sábado, 6 de novembro de 2010

O GATO FUJÃO

O  GATO FUJÃO

O gato quis pular do carro de boi na mudança de casa lá na minha querida roça da infância.
Meu tio que nos ajudou viu que eu segurei o gato pelo rabo para não fugir.
Desde então sempre brincava, sorrindo, comigo:
“O Evaldim segurou o gato pelo rabo!”
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Brasília, 06 de novembro de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Contos de Amor

                                     

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

BOM DIA

Bom Dia!
Palavras!
Mais palavras.
Que confusão!
Tudo fazia parte do aprendizado.
Cada novidade, no mundo encantado!
E o menino, muito menino, ficava enrascado para decifrar tantos enigmas. “Doido” para imitar sem errar as palavras dos adultos.
Já, então, havia aparecido o medo de errar, porque se sentia crescidinho. Objeto de olhares alheios.
Observava todo mundo que chegava a casa.
De manhã, de tarde, ou de noite.
Nas estradas, quando topava com estranhos ou conhecidos colocava-se atento às saudações dos adultos.
Certa vez, não resistindo à vontade de fazer igual, mesmo sem saber direito aquele significado, resolve arriscar cumprimentar primeiro, antes dos outros, ao encontrar o transeunte matutino do caminho, como era comum naqueles tempos de roça: “B’as Tarde”!
Os pais, que estavam junto a ele, sorriram. Mas ficaram felizes, pois sabiam que aquele gesto era um treino do menino que crescia.
Era para dizer: “Bom Dia”.
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Brasília, 03 de novembro de 2010.
Evaldo de Paula Moreira
Contos de Amor

desenho livre

FIGURAS LIVRES